Fazem ANOS que eu não escrevo algo aqui. Que saudades!!!!! Queria muito poder voltar a exercitar essa faceta quebradiça de cronista virtual, mas nem acho que seria bom no atual momento. Primeiro, porque espero que no ano que vem nem tenha tanto tempo assim para sentar na frente de um pc e divagar. Segundo, o que mais me parecia insólito, utilizar essa ferramenta pra contar da minha vida para pessoas próximas mostra-se verossímil. Antes esse jornal era lido pelos amigos de fora do meu estado de residência, sim, mas era visitado por uma esmagadora patota carioca. Agora que fui de mala e cuia para São Paulo, percebo o quão frágil à companhia das pessoas que se dizem amigas pode se mostrar. Ou não se mostrar. Aliam, algumas vezes, desaparecer, evitar, sumir, fingir de morto. Ou pior, rumores, boatos e incongruência (inveja é um termo que eu odeio escrever, mas existe, não é?) que, claro, quem já tem a fama é deitado na cama e renegado ao um “gelo” ridículo, uma brincadeira de criança. Mas pensando bem, são crianças. Porque julga-las, então? :P
Aos trinta e dois anos começo cada vez mais a ver o quanto pode se distanciar o pensamento dos 20´s que ainda pensam como pré-adolescente. Deixo estes lá com suas puberdades tardias e passo a me preocupar com problemas reais e a curtir amizades antigas. Estas sim, são douradas, gloriosas e eternas. Tenho descoberto nos amigos já de longa data o prazer de ter a companhia de alguém que curte a sua essência, que mesmo que você mude TUDO em dez, vinte ou trinta anos, continua gostando de você por gostar, porque sempre gostou. E alguns novos, sim, mas que inspiram essa amizade antiga. Sem críticas e necessidades de auto-afirmação. Sem condenações por mudanças constantes, mas que pelo contrário, curtem descobrir as suas mudanças como se fossem delas e utilizam-nas sabiamente como exemplo.
Muitas revoluções a cada momento, muitas transformações pra regozijar. Mudança de cidade, de casa, de status social, adicionamento de família, de expectativas de vida e de estados de felicidade. Hoje estou no Rio, na casa da minha mãe, mas ciente da mudança, sentindo elas nos poros, e na felicidade de velar o sono da minha mulher. Ela dorme e descansa de nossas adversidades contra um mundo de limiares de umbrais que se seguem em nossa jornada, e que nos dão aquela fagulha de esperança saudosa de mais uma vez projetar na festa de reveillon uma vontade de crer em um aprimoramento de vida, de ser.
Na mão, uma aliança dourada fosca refletindo como um raio de luz de ouro bruto, em seu estado mais primitivo, solidificando nosso relacionamento aberto (sim, aberto e não hipócrita ou iludido, porém extremamente seletivo quanto aos possíveis fatores agregados)
No fundo do meu ser, uma vibração de contentamento absoluto que parece emanar da Mônada. Na boca, um leve sorriso. Boa noite 2004. Descanse relaxado.
30 de dezembro de 2004
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