13 de junho de 2002

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Quanto custa uma vida?
MV Bill

Conheci o Tim Lopes numa reunião do PPPomar, ele sempre me pareceu um cara
correto, e parece que isso se confirma a cada entrevista de seus amigos. Em
primeiro lugar, é reprovável toda e qualquer forma de violência, e essa
também eu reprovo totalmente. Ninguém concorda com o tráfico de drogas,
muito menos os favelados que também estão e são submetidos a uma séria de
barbáries todos os dias. Mas só existe uma maneira de acabar ou diminuir o
problema: é parando de fazer de conta.

Um caso como esse só chocou a população do asfalto, pois esses fatos são
parte do cotidiano das favelas brasileiras. Antes de declarar guerra aos
"traficantes" de nomes estranhos como Chulé, Louco, Bolinho , Nenem, Negão
etc., é preciso conceituar o que significa ser um traficante.

Claro que não estou dizendo que as pessoas que mataram o Tim são inocentes
ou que devem ser perdoadas. Mas as pessoas que a sociedade entende como
traficantes vivem aqui com os pés descalços e suas famílias fazem vaquinha
para enterrá-los quando morrem. Reparem nas roupas e nos dentes de todos os
presos e dos detidos como traficantes nas favelas. São dignos de dó. Mas a
policia vai lá e dá uma satisfação à imprensa, e à sociedade. A mesma
sociedade que criou esse vulcão chamado favela.

É preciso parar de fazer de conta que os traficantes só estão no morro, pois
no morro só sobra a violência e a dor de tantas mães que assistem a seus
filhos morrerem e matarem todos os dias numa reposição de corpos humanos e
desumanos.

Eu não tenho o perfil para escrever artigo em um jornal, mas também não
quero continuar a ler artigos de intelectuais arriscando seus palpites
afirmando, por exemplo, que os jovens das comunidades recebem pequenas
fortunas por mês, quando quem vive o dia a dia dessas favelas sabe que a
miséria aqui é tão grande que não é preciso pagar muita coisa para se terem
voluntários com sangue nos olhos.

Todos nós sabemos que o quadro não vai mudar se o "arrego" continuar.

Sabemos que o tráfico não vai recuar se não criarmos alternativas para esses
milhões de meninos que formam a grande mão-de-obra do tráfico. Não adianta
prender 500 ou mil. No outro dia terá outro em seu lugar. O papel da polícia
não pode ser limitar a acabar com os bailes funk, pois o que a polícia vai
colocar no lugar?

Prender os assassinos do Tim pode até aliviar a dor de quem clama por
justiça, mas e a dor de milhões que tem seu parentes mortos nessa guerra sem
fim e que não é noticia? Temos que ir além. Precisamos parar com as
demagogias e politiquismos, vestir a camisa do Brasil, sem ser copa do
mundo, antes que seja tarde de mais. Os partidos agora vão dizer que a culpa
é da Benedita, mas sabemos que não é. Sabemos que o tráfico é um problema
antigo. Todos vão querer aparecer às custas da desgraça do Tim. Temos que
criar alternativas sem palanques, sem fazer da morte alheia um show.

Não devemos esquecer que a mesma burguesia que manda prender os traficantes
pretos dos morros é a mesma que sempre foi a base da economia das drogas.

É hora de parar de colocar tapete vermelho para os Ronalds Biggs para vender
mais jornais e revistas.

O fato é que vivemos num país sitiado pela omissão de cada um de nós, que só
acreditamos que a chapa é realmente quente e só sabemos de nomes como
"microondas" quando o sangue bate em nossa porta.

Tim partiu e deixou uma missão para o Brasil. Ou dividimos toda a riqueza
que geramos ou seremos obrigados a dividir toda a conseqüência da miséria
que é gerada.

Fé em Deus.
MV BILL é rapper e morador da Cidade de Deus
(e ex-traficante)

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Hoje estou ouvindo trilhas de desenhos antigos...
"...more than meets the eye..."

Hehehe, saudosismo besta e sem consistência nenhuma!

"Hear the Magic, Hear the Roar.."

Quem sabe, completa com os nomes! 8)

"Wings of Silvers, nerves of steel..."

Nerd total!
Placar moral do jogo de ontem: 6 a 5 (convenhamos)
Eu nunca poderia ser comentarista da Globo. No que o Galvão perguntasse para mim, naquele ritmo lento e informal dele: “Então, Augusto, você não acha que o hoje o Felipão devia fazer uma troca agora o Gilberto ?”
“Gilberto-para-Edílson, catimba-um, chuta-para-Cafú, deixa-Gomez-caido-no-chãaao, chega- na-caraaaaaa- do-Gol, passa-para-Ronaldinho, tá-no-lance, vira-na-frente-do goleiro, chuta, mas-o-goleiro-espalma-pra-fora! Escanteio para o Brasiiil.”
E só iria parar de narrar quando cortassem meu microfone. Despedido no mesmo minuto.
Mas pelo menos, alguém ia te narrado a porra do jogo.
Mentalizei a coisa certa!
Manter em mente que ontem era apenas o aniversário do meu amigo me rendeu uma noite especial. Liguei para felicita-lo, e ele me convidou para entrar de graça na Bunker.
Fui fazer um trabalho de produção, e depois me dirigi para praticar Yôga, e fiquei pro grupo de mentalização. Qual não foi minha surpresa quando descubro que uma outra antiga paquera estava lá pra essa segunda prática. Terminado o exercício, ficamos lá, se confraternizando. As duas me dando a maior atenção. Fui andando para a Bunker e a paquera mais constante ficou no caminho (não sem antes me abraçar muito). Quando fui para a direção da Bunker, pausa para uma “ficada” de leve... quase que eu não vou pra Bunker. Só isso já valeu a noite.
Chegando lá, me encontro com o meu amigo, que pra variar, tava meio que discutindo com a namorada. Outra vantagem de estar sozinho. O cara tem um grupo de fãs que dá um certo trabalho, e durante a noite, enquanto dançava com eles um Transe maneirismo, rolou uma puta harmonia com o fã clube dele, que me chamaram e tudo pra umas festas em uma fazenda que elas fazem, que os meus amigos sempre vão mas nunca podem me levar, exatamente porque eu não as conhecia. Assisti ao jogo do Brasil dançando, e ainda dancei mais uns 15 minutos depois que acabou. Melhor de tudo, festejei com meu amigo, outros camaradas que não via a tempos e de cara (graças ao Yôga, e olha que eu parceria o mais doido da parada!)

É claro, a Ursula não ligou, como ficou combinado que ela ia fazer quando saísse da gravação dela. Melhor assim! Vou ficar mais no círculo do Yôga e nas Clubber Girls.

E chega de falar de vida amorosa!