8 de agosto de 2015

Cara, hoje de manhã sonhei de novo que o 4th Doctor falava pra eu levar ele a sério, que o 12th ia virar o Valeyard mesmo e que ia voltar no tempo corrigindo os erros dos outros Doctors e que era pra eu avisar meus amigos.

Publiquei ontem:
"Anteontem o despertador tocou 40 min mais cedo do que preciso acordar, botei no soneca e voltei a dormir. Sonhei o 4th Doctor Who da série classica (Sim, meu favorito interpretado pelo Tom Baker) aparecia pra mim pra me contar que o 12th Doctor (o meu segundo favorito, interpretado pelo Peter Capaldi) virava o Valeyard no final da nona temporada da nova série; que era pra eu me preparar pois ia ser intenso mas magnanimo. Quando eu perguntei como isso ia acontecer o despertador tocou novamente e eu despertei.
Espero que meu sonho profético não seja um ‪#‎Spoiler‬ pra ninguem."
 
 

16 de julho de 2015

Ensaio sobre a corrupção



A corrupção não começou com nenhum partido, a corrupção não começa em nenhum dos três poderes da república, ela começa em setores da sociedade que tem interesses e patrocinam e/ou corrompem políticos. A corrupção é estrutural em nossa sociedade e no máximo passa ou as vezes acaba no Legislativo, no Executivo, no Governo do Estado ou do Município...

Corrupção (do latim: Corruptus – “despedaçado”, ou em uma segunda acepção, “pútrido”) é o ato de se corromper, ou seja, obter vantagem indevida, seja por ação ou omissão, observando-se a satisfação de benefício próprio, a despeito do bem comum. Como disse, ao contrário do saber popular, a corrupção não é só política, e nem sempre envolve dinheiro. Existem três formas de se corromper: pelo abuso ("Sabe com quem está falando?" " Sou de outro nível, não somos iguais" ), pela omissão ("Denunciar pra que? Reabilitar pra que? Defender e ajudar pra que? Não vai dar em nada...") ou pelo desvio ("Esse cargo de confiança é pro meu amigo, esse emprego é pro meu parente, esse recurso é pro meu associado"...)

Não adianta ficar só revoltado sem encarar os fatos, não adianta reagir sem decantar a origem do problema e não adianta achar que o opositor daquele que você tem certeza ser o mal encarnado vai ser diferente se ambos estão profundamente amalgamados em acordos com os mesmos setores sociais. Não adianta só reagir, é preciso tomar consciência e ver por cima da muralha de escandalos e de protagonistas e antagonistas visiveis. Não adianta espernear ao ler isso nem querer tratar só a superfície da doença enquanto não se debater em curar o mal pela raiz. O político corrupto ou corrompido é só o funcionário, ele tem culpa de trabalhar na firma,deve ser investigado e punido, mas ele é só pau mandado. Claro que existem poderosas exceções mas esta é a regra. Não adianta regurgitarmos todos os dias uma nova manchete de novo escândalo ou alimentarmos discursos de ódio contra o governo de esquerda ou a oposição de direita se não tratarmos em que lugar de fato o problema começa. O Congresso que hoje ai está , o pior de nossa história, só reflete o mal estruturado. Não adianta achar que É só UMA empresa, UM partido, é só UM governante ou mesmo que é só UMA ou duas ou três pessoas, que é só a bola da vez ... O discurso de ódio é sempre mais fácil de ser assimilado pois o inimigo sempre é o outro. O outro. Nunca nós mesmos.

15 de maio de 2015

NÓS DIZEMOS REVOLUÇÃO Beatriz Preciado

Publicado no caderno “Culture” do jornal Libération de 20 de março de 2013, este artigo de Beatriz Preciado continua atual. Faz pensar nas discussões em torno a partidarismos e apartidarismo nas manifestações que ocorreram no Brasil, o massacre midiático feito sobre os Black Blocs (nosso talvez Occupy brasileiro) e a incapacidade que a mentalidade política centenária tem para compreender as múltiplas revoluções possíveis nos dias atuais.

"NÓS DIZEMOS REVOLUÇÃO
Beatriz Preciado

Parece que os gurus da velha Europa colonial estão ultimamente obstinados a querer explicar aos ativistas dos movimentos Occupy Indignados, aleijado-trans-bicha-intersexual e pospornô, que nós não poderemos fazer a revolução porque nós não temos uma ideologia. Eles dizem “ideologia” como minha mãe dizia “marido”. Ora, nós não precisamos nem de ideologia nem de marido. Nós as novas feministas não precisamos de marido porque não somos mulheres. Da mesma forma que não precisamos de ideologia porque não somos um povo. Nem comunismo nem liberalismo. Nem a ladainha católico-muçulmana-judia. Falamos outra língua. Eles dizem representação. Nós dizemos experimentação. Eles dizem identidade. Nós dizemos multidão. Eles dizem domesticar a periferia. Nós dizemos mestiçar a cidade. Eles dizem dívida. Nós dizemos cooperação sexual e interdependência somática. Eles dizem capital humano. Nós dizemos aliança multi-espécies. Eles dizem carne de cavalo nos nossos pratos. Nós dizemos “montemos nos cavalos para escaparmos juntos do abatedouro global”. Eles dizem poder. Nós dizemos potência. Eles dizem inclusão. Nós dizemos código aberto. Eles dizem homem-mulher, branco-negro, humano-animal, homossexual-heterossexual, Israel-Palestina. Nós dizemos: vocês sabem muito bem que seu aparelho reprodutor na verdades não funciona mais… De quantos Galileus precisaremos desta vez para reaprendermos a nomear as coisas nós mesmos? Eles nos proporcionam a guerra econômica a golpes de facão digital neoliberal. Mas nós não vamos chorar pelo fim do Estado-providência porque o Estado-providência era também o hospital psiquiátrico, o centro de inclusão de deficientes, a prisão, a escola patriarcal-colonial-heterocentrada. É tempo de colocar Foucault na dieta aleijado-queer e escrever a Morte da clínica. É tempo de convidar Marx para um atelier eco-sexual. Nós não vamos encenar o Estado disciplinar contra o mercado neoliberal. Esses dois aí já fizeram um acordo: na nova Europa, o mercado é a única razão governamental, o Estado se torna um braço punitivo cuja única função é a de recriar a ficção da identidade nacional através do medo securitário. Nós não queremos nos definir nem como trabalhadores cognitivos nem como consumidores farmacopornográficos. Não somos Facebook, nem Shell, nem Nestlé, nem Pfizer-Wyeth. Não queremos produzir franceses, tampouco produzir europeus. Não queremos produzir. Somos a rede viva descentralizada. Recusamos uma cidadania definida por nossa força de produção ou nossa força de reprodução. Queremos uma cidadania total definida pela divisão das técnicas, dos fluidos, das sementes, da água, dos saberes… Eles dizem que a nova guerra limpa se fará com drones. Nós queremos fazer amor com os drones. Nossa insurreição é a paz, o afeto total. Eles dizem crise. Nós dizemos revolução."

30 de abril de 2015

Produtores e qualquer coisa

Provocação do dia: A prática e o estudo nessas décadas de artística cênico e profissional de entretenimento e comunicação aprendi que produtores profissionais são pessoas que, entre as mais diversas atribulações, antecipam e/ou resolvem problemas. Antecipam e/ou resolvem. Uma dose ética e educação também sempre é bem-vinda como em qualquer outra profissão. Já pessoas que agem sem no mínimo informar os profissionais com os quais trabalham e portanto criando problemas são qualquer coisa menos produtores.  Nem profissionais nem mesmo amadores. São qualquer coisa. Menos Produtores. É deselegante, inconveniente e fica mal pra eles agirem ignorando seus pares. E não produz nada. Infelizmente existem ainda qualquer coisa achando que está trabalhando com produção do que produtores profissionais ou mesmo amadores. Infelizmente.