27 de maio de 2011

A guerra e a boa morte

Nesta cidade
Neste país
Neste mundo
Viver de arte
Da arte
Ser arte
E não de fama
E não de grana
E não de se vender
É uma guerra
Sangrenta
Violenta
Dolorosa
Injusta
Devastadora
Mas a vitoria que se conquista
Nenhuma celebridade vazia de arte conhece
Nenhum vendido saboreia
Nenhum artista esquece.
Simples assim.
Então me aparamento para a guerra
Guardo minhas forças
Olho o inimigo que tenta me seduzir para seu lado ou me afugentar para longe
Olho o traidor que fugiu, desertou ou se vendeu
Olho a pequena linha de bravos guerreiros do meu lado
Olho para o povo que não precisa consumir arte, mas se potencializa, se cura, se transforma e amadurece com ela
Dou meu bárbaro e ruidoso brado de guerra
E caminho de encontro à boa morte.
Firme, potente, vivente, errante.
E mesmo assim
E apesar de tudo e de todos e de mim mesmo
Sorrio.