29 de fevereiro de 2016

Perdão



Tenho a impressão que todos nós achamos que somos bons sujeitos. Entretanto, sou obrigado a reconhecer que tenho muita facilidade de despertar antipatias por mil e um motivos. Hoje quero falar de um apenas: Meu olhar. 

Olho para as pessoas intensivamente, sejam amigos, conhecidos ou meros passantes, hábito que muitos me apontam como péssimo, desagradável e invasor.  Não consigo evitar, me interesso por qualquer um que passe pelo meu caminho, não consigo fingir que estou num bar apenas com as pessoas da minha mesa, que as pessoas do elevador não existem que a pessoa que me presta um serviço é invisível, que a pessoa que passa do meu lado num corredor, rua, festa, museu, escritório ou qualquer lugar está em outra realidade.
Às vezes nem percebo que estou olhando, coletando gestos, identificando humores, vendo diferenças fisionômicas, de tão fascinado que sou com a diversidade humana. Outro dia mesmo, me disseram que um alguém ainda pode me dar um soco na cara por isso. Talvez seja bom eu ser esse cara grande, largo, com rosto interessado e por vezes simpático e outras tantas sorridente. Talvez isso me proteja da hostilidade de uma reação da minha invasão de privacidade, do meu hábito voyeur do ser humano. Não sei. Não entendo completamente. Tem alguma coisa dentro de mim que não cabe debaixo da minha pele. Essa necessidade de viver vidas, de experimentar tudo, de fazer da minha passagem por esse plano uma aventura sem fim, até que, por forças fora do meu controle, ela finde. O fim da vida de um idiota que ama demais as pessoas, incondicionalmente.

Então a partir de hoje eu quero pedir desculpas a todos aqueles que de alguma tenha ferido de forma ou de outra, anônima ou próxima, com meu incansável interesse. É um defeito que se pudesse eu corrigiria, mas não posso. Simplesmente não posso.  Quando era criança gostava de abraçar a todos, todos mesmo, tudo era alvo do meu abraço, mas me corrigiram logo, me disseram que isso era feio, errado, inapropriado, idiota. E estavam certos: pois quem está de braços abertos nesse mundo tem que ser um deus. Eu sou só a sua criatura e muito mal criada.

Perdão.

12 de janeiro de 2016

Confusão Mental

Confusão Mental

Não sei o que vim escrever. Nem quero relatar o que está me levando a ficar neste estado de confusão. Só sei que achei por bem usar esse espaço pra isso. É óbvio que um blog não é um livro, jornal ou qualquer obra de arte ou peça midiática de comunicação, porém não é um caderno ou diário pessoal, visto que seu intuito é a leitura alheia... Então realmente não sei se devo continuar a escrever um sentimento tão pessoal e tão controverso, coisa que sinto e nunca senti antes... É parei, deixa pra lá.