18 de julho de 2005

Passava desavisado pela frente de um aparelho televisor ligado quando me deparo com o Chico Buarque, num especial, quando ele começou a tocar uma música especialíssima:
"TERESINHA".
O primeiro me chegou, como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada e, assustada, eu disse não.

O segundo me chegou, como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta, me chamava de perdida.
Me encontrou tão desarmada, que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada e, assustada, eu disse não.

O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada, também nada perguntou
Mal sei como ele se chama, mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro dentro do meu coração"

Que sacana esse Francisco. . . Essa ode ao amor de verdade, amor físico (por onde todo amor de verdade começa), amor de surge e não tem negação, é o que ficou na minha mente de como deve ser o amor. Acredito que muitas pessoas veem esse amor como uma utopia, uma pena. . .