12 de janeiro de 2008

सेम्प्रे अल्गो पर मी फजेर लेम्ब्रar दे वो

Caminho, em plena madrugada de verão, pelas ruas perto da minha casa. Mesmo quando estou de taxi , ou , como no caso, de carona, peço pra saltar um pouco antes de meu prédio. Não que a solidão me conforte, não é isso, é só o fato de que não gosto de chegar até a portaria acompanhado e a partir dali seguir pro meu elevador... Sozinho. É uma bobagem, mas que pra mim faz todo o sentido.

Não, não é só isso também. É porque nessas horas, de madrugada, passando pelas ruas que eu costumava caminhar acompanhado. Não sei se são as luzes da cidade, os bares e clubes fechando, as padarias entreabertas, o pouco movimento, aquela sensação de que todos estão recolhidos ou começando a despertar, tudo isso sempre vai me fazer lembrar de você. Acho que essa é um consolo para solidão, a companhia eterna da sua ausência. A sensação que todos as mulheres que passarem pela minha vida, sejam amigas, casos ou namoradas, sempre vão perder para essa impressão residual que você deixou no meu caminho.

E ela já é um órgão, um membro amputado, como na canção do Chico Buarque. É o pior castigo, é maldição que não se livra assim, com nenhuma oferenda. É estranho, pois nem um possível reencontro com a pessoa que você é hoje pode apagar o que foi já foi para mi; aquela menina de passo manso, que os olhos certeiros brilhavam ao ouvir minhas bobagens, que me dava pequenos socos no braço quando provoca sua ira contida, mas que as mesmas mãos me coçavam o peito e buscavam sempre as minhas, em qualquer rua, em qualquer noite, em qualquer cama, e que me deixa desmagnetizado, com a sensação de que agora o esforço de me imantar vai ser tão grande que de fato, nem sei se vale o esforço. E enquanto eu pensar assim, pelo menos, até alguém se dignar a achar que não sou um doente enfermo que vaguei com um rombo no peito, vou vagando, sozinho, duas ou três ruas de madrugada para minha casa, sozinho de você e acompanhado de saudade.