3 de maio de 2013

Neo Kal-El

Vi o trailer do Homem de Aço essa segunda. Os tempos mudam. E mudança sempre é bom. Até quando é pra nos trazer um sentimento tão feliz chamado saudosismo. Coisas que balizaram nossa jornada nessa "vida louca vida, vida breve". E eu me peguei mais uma vez lembrando que quando acreditei junto com o Gilberto Gil que um homem veio “nos restituir a glória”. E que ele podia voar. E ainda pode.

Os tempos mudam. Todas as adaptações televisivas já apontam o caminho pros leigos que aquele deus voador, depois desse filme, passaria a olhar cada vez mais para dentro. Esse é o nosso momento, e como um ícone Pop, ele não tinha como olhar mais para frente, para nós  e sorrir. Para acreditarmos na interpretação realista e nos CGs cada vez mais os heróis estarão voltados muito mais pra sua jornada interna do que olhar para o coletivo. Esse é o nosso momento: O mundo cresce cada vez mais, tudo altamente mapeado, seja o GPS, o Satélite ou o Microscópico. E cada vez mais apenas olhamos pro nosso individual com a desculpa de que assim cuidamos melhor do coletivo. O Campeão Social da Justiça dos novos tempos não sorri, sofre com seu fardo, com seu legado, com sua herança, ao que ele está pré-destinado. Essa é a sua nova Kriptonita. E exatamente quando mais precisamos de um campeão social, pois quem hoje quem olha pro coletivo apenas o faz por demagogia ou interesse próprio, sem sacrifício. Mas a consciência da dor da Kriptonita é boa. Pois quando ele transpõe sua fraqueza ele se torna mais Super. E espero que o Homem do Amanhã vença essa batalha, o melodrama egoísta, o medo e o receio de ser quem ele precisa se tornar, quem nós, os fãs, precisamos que ele se torne. Aquele que precisa usar seus Super Sentidos de dentro para fora.

Os seus dois pais, dois “nerds judeus” que o criaram pegaram toda a sua dor de serem menosprezados e deram para seu filho como a sua maior potência. O seu maior Super-poder. E então, vários anos depois, um diretor de cinema que tinha a tarefa de fazê voar na tela grande resolveu que o que lhe daria essa habilidade seria a sua inocência pueril. Para que o homem pudesse voar ele teria que fazer com que a plateia acreditasse como as crianças acreditam que a fada que voa e que faz o Pueri Eternus voar existe e precisa que eles afirmem sua crença para que ela continue existindo.   

Torço pro Cavill arrebentar no papel de Kal-El. Porque esse sorriso aqui
quebrando "a quarta parede", nos dizendo que é apenas um filme e mesmo assim você acreditou e voou com ele, esse aqui pode até ser superado, mas não será, pelo menos para os fãs, não será esquecido. Que venha o novo Homem de Aço.