14 de junho de 2010
Convite
Convido-o, meu caro leitor, amigo antigo ou internauta inusitado a ingressar num original e admirável mundo novo.
Convido-o ao vislumbre original de versão de fatos.
A um novo ponto de vista sobre a realidade.
As várias realidades.
Convido-o a descoberta que não existe verdade. Nunca existiu. Nem no mundo platônico, pois ao se pensar que exista uma verdade ideal, ela deixa de ser a verdade.
Convido-o para minha arte, convido-o a olhar-se na minha arte- espelho e a se auto-avaliar durante esse mirar-se. Ou, ao olhar, só deixar sentir e sentir-se.
Convido a nessa experiência que você afirme-se como individualidade, em lugar de reduzir-se a meros personagem de qualquer um discurso generalizante que você consuma, tendo esse discurso sido sua opção ou imposta à você.
Convido ao teatro que é tão ficção quanto qualquer versão de qualquer fato.
Convido-o a experiência teatral, o evento social que é o teatro, a possibilidades de escolhas de outros pontos de vistas, de se perceber o mundo por outro panorama.
Convido-o, no Teatro, a poder disponibilizar um senso crítico individual, diferente de se manter o senso comum, onde é tudo pré-estabelecido. A mexer com as expectativas,
O trabalho do ator, tanto o atuante quanto o expectante (pois o objeto que atua pode estabelecer o convite de uma relação simbiótica e sinestésica com o observador para ambos serem os dois, observador e objeto observado) – este trabalho nada mais é que a condição humana condensada, portanto, ao aceitar meu convite e quando entramos em cena, estamos fazendo história.
Aceita o convite? Vamos fazer história?
6 de junho de 2010
Passarinho canta a paisagem
Trabalhador faz a verdade de artesanato
Poeta declara o sonho sonhando
E deus dança a vida em roda de festa.
Sol se esconde entre a água branca que flutua
Passarinho tenta chamá-lo pra fora, pia que dá gosto
Vento empurra com sopro bom, sopro com cor de anil
Dobrando a esquina do lado do mar, como já disse o pai poeta:
"Há tanta vida pra viver,
Há tanto sonho pra sonhar
Dobrando a esquina do lado do mar".
Lua de dia é fotografia
Redonda mas meio roída
Parece que o rato branco passou por lá
Noite adentro se abraça e se beija
Adolescente de fogo e molho de vida
Distancia dói só de imaginar
Mãos procuram o corpo acalmar
Quero você, agora
Quieta na tarde fria, o céu nos poros e no beijo
Quero você, pra já
Correndo na madrugada, rindo nos pés de meia, mordida na perna
Crime não é inspiração
Nem plágio hereditário
Crime é ficar tão só, sem acalanto
Dia e noite o rumo desnorteado.
Como era a gíria no teatro de 50 anos atrás
Em 1959 o dramaturgo Paulo de Magalhães escreveu um pequeno compêndio "Como se ensaia uma peça". No final do livro vem um interessante glossário de gíria Teatral. Alguns termos continuam até hoje como Canastrão, Galharufas, mas alguns tem explicações peculiares e outros me são inteiramente novos. Separei uns casos:
Formigão – Ator novato. (Nota: Qual seria o termo hoje em dia? Calouro?)
Caco – Colaboração improvisada do Artista ao texto da peça. (Nota: Gostei da erudição. Na próxima vez que colocar o caco vou lembrar essa!)
Corneta – Piada improvisada que não dá resultado cômico.
Dar-Um-baixo – Fracassar em cena.
Carroção – Ficar calado, por esquecimento do texto, provocando longa pausa cênica. (Nota: hoje seria dar-branco. )
Faltar-Em-Cheio – Não entrar em Cena no momento devido, deixando atônitos os Artistas contracenantes (Nota: hoje seria Perder a deixa de entrada?)
Encher-a-cena – Compôr, improvisando, frases longas que dêem tempo ao Artista, que "está faltando à Cena", de entrar no Palco. (Nota: Hoje seria Salvar o colega? Encher linguiça?)
Crác – "Sentir o crác" quer dizer enervar-se tremendamente, perturbando-se em Cena (Nota: O "crác" de hoje em dia ainda é uma droga mas é bem pior!)
Porão – "Foi para o Porão", expressão que significa fracasso da peça. (Nota: Foi pro saco? Babou?)
Morrer-Vestido: Fracasso pessoal do Artista na interpretação do "papel"
Abafar - Fazer sucesso (Nota: E eu achava que isso era uma gíria recente)
Maioral – o melhor Artista
Piorál – O pior Artista (Nota: Hahaha)
Engrolar – Articular mal as "falas" de "papel" (Nota: Falas de Papel é ótimo)
Muleta – Atriz ou ator importante que, cansado, impõe para o marido ou espôsa, bons contratos e bons "papéis" (Nota: Ainda existem muletas, mas do jeito que a coisa tá o cansado e sem inspiração que se apóia nela também trabalha pra dobrar a renda)
Espinha - "Meter espinha" diz-se do Contra-Regra que aumenta o preço das compras de pertences da cena em proveito próprio (Nota: Acne comum ainda e principalmente na produção).
Fofoca –Encrenca , fuxico , intrigo (Nota: Quem diria que esse termo veio do teatro).
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